A Ferrari até poderia ser beneficiada caso a F1 mude os resultados do campeonato 2008, sob contestação de seu ex-piloto, Felipe Massa, após ele saber que a categoria já tinha ciência da manipulação da Renault no GP de Singapura. No entanto, Frederic Vasseur, chefe da escuderia, admitiu se opor à revisão dos desdobramentos que levaram ao título de Lewis Hamilton.
O francês não estava na F1 na época: ele comandava a ART Grand Prix, equipe da base que fundou em 1996 e com foi campeão da GP2 (atual Fórmula 2) com Hamilton, em 2006. Vasseur seguiu no comando do time até 2014 e somente em 2016 entrou na F1, como chefe da Renault.
Antes de migrar para a Ferrari no começo de 2023, ele desempenhou a mesma função na Sauber, hoje Alfa Romeo.
O debate em torno de 2008 veio à tona novamente em março deste ano; Bernie Ecclestone, ex-chefão da F1, revelou que já tinha conhecimento das circunstâncias da batida de Nelson Piquet Jr meses antes do caso se tornar público, em 2009.
O britânico alegou que ele e Max Mosley, então presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), queriam "proteger o esporte" de um escândalo, mas tinham "informações suficientes" para investigar o ocorrido e cancelar a corrida - culminando com o título de Massa ao invés de Hamilton.
Neste mês, porém, a defesa do piloto brasileiro enviou uma carta para a FIA e F1, medida obrigatória no Reino Unido antes do ajuizamento de uma ação judicial. O documento aponta que Massa seria campeão por direito de 2008, sendo vítima de uma conspiração das entidades por ocultarem o teor intencional da batida em Singapura e falharem com o próprio regulamento.